quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Literatura Infantil: Bisa Bia, Bisa Bel


Comentário - Bisa Bia, Bisa Bel é uma leitura que difere dos contos de fadas apresentados até então, diante disso, é notório que se trata de uma nova narrativa destinada para um público infanto-juvenil peculiar, não tão “inocente”; basicamente, muitos dos seus leitores se identificam com a personagem principal, Bel, que aprende a se conhecer, a viver com ela mesma, em uma fase de descobertas entre a infância e a puberdade.
Em suma, trata-se de uma história leve, divertida e naturalmente comprometida com discussões do seu tempo, que rege uma reflexão, sem necessariamente doutrinar ou moralizar, por meio de fantasias e realidades temporais diferentes. Temos uma discussão inicial que é a descoberta da Bisa Bia que traz à tona todas as curiosidades e conflitos entre duas gerações. O leitor viaja em uma variedade semântica material e comportamental. Mas além do presente e do passado as perspectivas futuras são inseridas na história, por meio da bisneta de Bel. O interessante de tudo isso, que não se trata de uma discussão de fora para dentro, mas sim, de dentro para fora, que faz todo o diferencial nessa narrativa.

O penúltimo parágrafo da história e os termos sublinhados refletem o clímax desta obra. Nada é de repente, tudo tem uma história e uma perspectiva. Cada tempo tem a sua peculiaridade, mas tem um ser que se molda ou que se sobressai aos desafios de sua época. As mudanças acontecem externamente e internamente, com fracassos e vitórias, pois “não dá para ser a mulher maravilha o tempo todo”. Não há receitas de sucessos, mas reinvenções de soluções. As pessoas são um mosaico atemporal, “uma trança de gente”.

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