Comentário - Bisa
Bia, Bisa Bel é uma leitura que difere dos contos de fadas apresentados até
então, diante disso, é notório que se trata de uma nova narrativa destinada
para um público infanto-juvenil peculiar, não tão “inocente”; basicamente,
muitos dos seus leitores se identificam com a personagem principal, Bel, que
aprende a se conhecer, a viver com ela mesma, em uma fase de descobertas entre
a infância e a puberdade.
Em
suma, trata-se de uma história leve, divertida e naturalmente comprometida com discussões
do seu tempo, que rege uma reflexão, sem necessariamente doutrinar ou
moralizar, por meio de fantasias e realidades temporais diferentes. Temos uma
discussão inicial que é a descoberta da Bisa Bia que traz à tona todas as
curiosidades e conflitos entre duas gerações. O leitor viaja em uma variedade
semântica material e comportamental. Mas além do presente e do passado as
perspectivas futuras são inseridas na história, por meio da bisneta de Bel. O
interessante de tudo isso, que não se trata de uma discussão de fora para
dentro, mas sim, de dentro para fora, que faz todo o diferencial nessa
narrativa.
O
penúltimo parágrafo da história e os termos sublinhados refletem o clímax desta
obra. Nada é de repente, tudo tem uma história e uma perspectiva. Cada tempo
tem a sua peculiaridade, mas tem um ser que se molda ou que se sobressai aos
desafios de sua época. As mudanças acontecem externamente e internamente, com
fracassos e vitórias, pois “não dá para ser a mulher maravilha o tempo todo”.
Não há receitas de sucessos, mas reinvenções de soluções. As pessoas são um
mosaico atemporal, “uma trança de gente”.
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