terça-feira, 1 de maio de 2018

Input, output e intake


De forma simplificada input é tudo aquilo que recebemos, lemos e escutamos (insumo linguístico); output é o que produzimos, falamos e escrevemos, e intake é insumo linguístico absorvido.
Para recortar o assunto, selecionei trechos de pesquisas científicas relacionadas com o tema que achei pertinente para esta discussão:
Segundo Motta (2009, p.25- 26), os conceitos de input, output e intake têm sido bastante explorados em pesquisas envolvendo aquisição de linguagem. “Corder (1967) investigou o papel que o input desempenhava na aquisição da linguagem. Esse autor propôs a diferença entre input, que seriam os dados a serem processados pelo cérebro e intake, que diz respeito aos dados já processados, isto é, o input compreensível”.  Ainda de acordo com a autora, “o output, que envolve os dados produzidos pelo sujeito, também desempenha papel relevante na aquisição, pois favorece a reflexão sobre o próprio input”.
Porém, para “tornar possível a inter-relação entre input, intake e output... é necessário considerar a mediação vygotskyana do professor com apoio no feedback[1], que é capaz de interferir tanto no aprimoramento do conteúdo como na forma de um texto”, concluiu Motta (2009, p. 26).

ESQUEMA E EXEMPLOS
A doutora em língua alemã Kelly Stanich (USP) e a professora-doutora do Departamento de Letras Modernas, Selma Meireles (USP) apresentaram uma representação gráfica de um modelo para o processamento cognitivo relacionado à produção em Língua Estrangeira (LE). Os exemplos referem-se a aprendizes adultos de alemão como LE, sem contato anterior com o idioma fora do ambiente de ensino formal.

Segundo as autoras, parte superior do modelo, nomeada “domínio declarativo”, representa a memória declarativa, os dados do input que potencialmente seriam processados nesse domínio (regras explícitas e instruções sobre a língua) e os dados do output, retomados e reconstruídos após o processamento na memória operacional. Os dados do output, tal como no input, se apresentam na forma de regras explícitas e conhecimento teórico sobre a língua. A parte inferior do modelo, denominada “domínio não-declarativo”, representa a memória não-declarativa, os dados linguísticos do input potencialmente processáveis como unidades significativas (ou chunks) e os dados linguísticos do output. Para efeito de simplificação, nos campos input, intake e output, o modelo mostra apenas dados linguísticos e dados sobre a língua, respectivamente nos domínios não-declarativo e declarativo. No entanto, considera-se também a presença de diversos fatores extralinguísticos (elementos culturais, experiências individuais, fatores sociais etc.), apesar de não representados no modelo. Saiba mais e acesse os exemplos clicando no link a seguir: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-88372009000100010


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOTTA, Vaima Regina Alves. Noticing e consciousness-raising na aquisição da escrita em língua materna. Tese de doutorado. UFSM: Santa Maria, 2009.

STANICH, Kelly; MEIRELES, Selma. Processamento cognitivo relacionado à produção em língua estrangeira e aprendizagem de falantes não-nativos de alemão. São Paulo: USP, 2009.


[1] Conforme pesquisa teórica, Motta afirma que o “feedback indireto é uma forma de interferência, na qual o professor indica um caminho, sem promover a correção direta da falha cometida pelo aluno, e o feedback direto acontece através de uma indicação direta do erro”, (2009, p. 26).

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