De forma simplificada input é tudo aquilo que recebemos,
lemos e escutamos (insumo linguístico); output é o que produzimos, falamos e escrevemos, e intake é insumo linguístico absorvido.
Para recortar o assunto,
selecionei trechos de pesquisas científicas relacionadas com o tema que achei pertinente para esta discussão:
Segundo Motta (2009, p.25-
26), os conceitos de input, output e intake têm sido bastante explorados em
pesquisas envolvendo aquisição de linguagem. “Corder (1967) investigou o papel
que o input desempenhava na aquisição da linguagem. Esse autor propôs a
diferença entre input, que seriam os dados a serem processados pelo cérebro e
intake, que diz respeito aos dados já processados, isto é, o input
compreensível”. Ainda de acordo com a
autora, “o output, que envolve os dados produzidos pelo sujeito, também
desempenha papel relevante na aquisição, pois favorece a reflexão sobre o
próprio input”.
Porém, para “tornar
possível a inter-relação entre input, intake e output... é necessário
considerar a mediação vygotskyana do professor com apoio no feedback[1],
que é capaz de interferir tanto no aprimoramento do conteúdo como na forma de
um texto”, concluiu Motta (2009, p. 26).
ESQUEMA E EXEMPLOS
A
doutora em língua alemã Kelly Stanich (USP) e a professora-doutora do
Departamento de Letras Modernas, Selma Meireles (USP) apresentaram uma representação
gráfica de um modelo para o processamento cognitivo relacionado à produção em Língua
Estrangeira (LE). Os exemplos referem-se a aprendizes adultos de alemão como
LE, sem contato anterior com o idioma fora do ambiente de ensino formal.
Segundo
as autoras, parte superior do modelo, nomeada “domínio declarativo”, representa
a memória declarativa, os dados do input que potencialmente seriam
processados nesse domínio (regras explícitas e instruções sobre a língua) e os
dados do output, retomados e reconstruídos após o processamento na memória
operacional. Os dados do output, tal como no input, se apresentam na
forma de regras explícitas e conhecimento teórico sobre a língua. A parte
inferior do modelo, denominada “domínio não-declarativo”, representa a memória
não-declarativa, os dados linguísticos do input potencialmente
processáveis como unidades significativas (ou chunks) e os dados
linguísticos do output. Para efeito de simplificação, nos
campos input, intake e output, o modelo mostra apenas dados
linguísticos e dados sobre a língua, respectivamente nos domínios
não-declarativo e declarativo. No entanto, considera-se também a presença de
diversos fatores extralinguísticos (elementos culturais, experiências
individuais, fatores sociais etc.), apesar de não representados no modelo. Saiba
mais e acesse os exemplos clicando no link a seguir: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-88372009000100010
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOTTA, Vaima Regina Alves. Noticing e consciousness-raising na
aquisição da escrita em língua materna. Tese de doutorado. UFSM: Santa
Maria, 2009.
STANICH, Kelly; MEIRELES,
Selma. Processamento cognitivo
relacionado à produção em língua estrangeira e aprendizagem de falantes
não-nativos de alemão. São Paulo: USP, 2009.
[1] Conforme
pesquisa teórica, Motta afirma que o “feedback indireto é uma forma de
interferência, na qual o professor indica um caminho, sem promover a correção
direta da falha cometida pelo aluno, e o feedback direto acontece através de
uma indicação direta do erro”, (2009, p. 26).
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